sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Sobre dizer adeus.

Estar no meu quarto as 23:24 pensando em todas as coisas ao meu redor.
Pensando nessa existência vazia que dá preço a todas as vidas.
Entendendo tristemente que o relógio não para, que bons sentimentos não bastam.
Imaginando como sobreviver a esses socos diários, que rasgam minha carne. Aniquilam todas as minhas esperanças.
Que foda, que foda tudo isso.
Nós, todos os defeitos acumulados, todas essas vidas desperdiçadas.
Todo esse amor inexistente, promessas quebradas. Tudo é frágil feito gelo.
Não há no que acreditar, é tudo tão patético.
Você está sozinho na estrada indo para lugar algum , completamente sozinho.
Não há meio de confiar em ninguém, tudo que foi dito foi apenas dito.
Não há profundidade, todos são egoístas. Não há alguém que vá salva-lo.
Não há salvação para os que acreditam no amor.
Não há salvação para toda essa intensidade. Não há espaço para todo esse sentir.
Me afogarei nessa mediocridade cinza, nessa contagem de todas as horas.
Estou sem forças, meu coração é tempestade.
Quando a calmaria chegar meu amor, você será apenas brisa leve.
E se você covardemente foi embora, se não há nada que faça ficar, o adeus é eterno.
Nos desertos de todos os sentimentos que trago aqui, covardes não tem vez.





  

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

...

Gosto de pêssego.
Chuva na janela.
Sempre chuva.
Aquele instante que tem textura de nuvem, e a gente quer ficar nele.
Na eternidade, quanto dura um segundo?
Suspiro.
Uma memória boa que fica.
Aquela saudade.
Mãos coladas.
Um abraço do tamanho do sempre.
Uma saudade que morde, levemente.
Um amor  que nos alcance, colorido, levando para longe o cinza.
Um amor que não seja contado em horas.
Um amor que seja.
Esteja.
Transborde.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Quase 27

Ela gostava do silêncio, porque tudo dentro fazia muito barulho e as vezes ela ficava confusa.

Dentro tinha muita coisa, nenhuma onde devia estar, se é que dá pra arrumar toda coisa do interior da gente.
Mas ela tentava.
Tinha uma cabeça com pensamentos esquisitos, desses embolados, tudo numa coisa só, uma coisa só em tudo e o tudo muitas vezes parecia com coisa nenhuma.
Então era uma cabeça cheia de nada, vazia completa ou com muito nada preenchendo todo espaço.
De dentro.
No barulho, interno.

Gostava de música.
A musica fazia parte do barulho de dentro.
Fazia parte do que agora ela sabia, substância.

Substância que preenchia todos os espaços, do que ela achava estar vazio.
Mas que tinha muita coisa, tudo embolado.
O tudo e o nada.
extremos da gente.

Ela escrevia em terceira pessoa, para falar de coisas dela mas que também não eram.
Um eterno ser, não ser.
de fora, pra dentro do nada.
de dentro, para fora de tudo.




quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Nublado.

E a vida era assim né.
Todos os dias um soco na cara, todos os dias tentando sobrevivência.
Todos os dias tentando.
Um caminho.
Algo que muda-se para sempre a vida.
Tentativas e quedas.
Era preciso levantar, de cabeça erguida, ainda que com o coração aos pedaços.
Viver não era isso?
Eternamente ganhar e perder?

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

...

Sentia seu coração pular, dançar pelo corpo ...
- Que droga está acontecendo comigo? Que inferno!
Aquela coisa invadia tudo. 
Preenchia os espaços, dava borboletas no estomago.
Malditas borboletas ... 
Incontroláveis.
Olhava para o teto do quarto, como se lá houvesse resposta para todas aquelas duvidas idiotas.
Estava totalmente perdida.
Toda as coisas em que acreditava haviam sido bagunçadas ali, diante de seus olhos.
Como consertar uma confusão daquelas?
Vez ou outra olhada pela janela distraindo-se com a chuva.
Fechava os olhos, escutava as gotas caindo.
Prestava atenção, cada gota compondo um trecho de  musica que esfaqueava e ia direto  ao coração.
Que musica linda!
Suspiros ... o coração voltava a dançar.
- Acho que vou morrer! - pensava.
Suspiros.
- O que há de errado comigo PORRA?
Como explicar uma coisa dessas?
Essa ausência que mordia... 
Não havia duvidas ... era mesmo o fim.
Morreria  de SAUDADES.


quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O verdadeiro valor.

Andava por ai pensando sobre o real valor das coisas.
Quanto valia cada duvida
Qual era o preço das consequências
Qual era a taxa de conveniência da mesmice.
O valor da indiferença.
O preço de ser livre.
...

Nunca chegava a conclusão nenhuma.
Não pagava por nada.
Não tinha porra nenhuma.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Sobre felicidade ...


Vivemos em busca de tanta coisa.
Tentando nos encaixar em padrões, fazer parte de uma sociedade que nos
despreza, todos desesperados tentando ser  mais que um (a).
Tentamos ter o melhor emprego, os melhores salários.
Os melhores amigos, as melhores histórias.
Ser o que não somos, comprar o que não precisamos.
E ainda é preciso lidar com as escolhas, com os caminhos,
que nunca se cruzam, com a falta de amor, com a falta de
possibilidades.
Arcar com as consequências, pagar por nossos atos.
Prisioneiros de um sistema que não se importa com a dor que
você sente, com a bagunça que existe dentro de você, com seus
medos, com seus desertos e tempestades.
Vivemos numa busca constante por algo, algo que nos
faça maior, que nos faça melhor, algo que alguns chamam de
felicidade.
Mas o que realmente te faz feliz?
Como foi construída a ideia de felicidade dentro de você?
O quão essa idéia é sua? O quão você deixou-se moldar por
padrões e verdades que não são seus?
Felicidade é um momento? O quanto ela já esteve perto de você?
Olhando para sua história, quantas vezes você já foi feliz de
verdade?