segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Quase 27

Ela gostava do silêncio, porque tudo dentro fazia muito barulho e as vezes ela ficava confusa.

Dentro tinha muita coisa, nenhuma onde devia estar, se é que dá pra arrumar toda coisa do interior da gente.
Mas ela tentava.
Tinha uma cabeça com pensamentos esquisitos, desses embolados, tudo numa coisa só, uma coisa só em tudo e o tudo muitas vezes parecia com coisa nenhuma.
Então era uma cabeça cheia de nada, vazia completa ou com muito nada preenchendo todo espaço.
De dentro.
No barulho, interno.

Gostava de música.
A musica fazia parte do barulho de dentro.
Fazia parte do que agora ela sabia, substância.

Substância que preenchia todos os espaços, do que ela achava estar vazio.
Mas que tinha muita coisa, tudo embolado.
O tudo e o nada.
extremos da gente.

Ela escrevia em terceira pessoa, para falar de coisas dela mas que também não eram.
Um eterno ser, não ser.
de fora, pra dentro do nada.
de dentro, para fora de tudo.




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