quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Crônica: A louca que era apaixonada por ilusões

Em uma tarde ela saiu de casa.
varrida.
louca.
como era de costume, como era de se esperar.
ouvindo passos.
sentindo laços.
subiu num onibus, ofegante.
apressada.
olhando pela vida,
observou janelas, algumas pontes.
alguns caminhos.
pela estrada, seu coração cantava uma velha canção.
ela ia embalada.
cochilou.
teve um sonho.
naquela tarde ela casou-se
com uma história antiga, morna
sem pé, nem cabeça.
consequentemente sem coração.
acordou.
viu -se mais louca que de costume.
como era de se esperar...
ao desembarcar, correu.
correu como nunca.
ofegante.
apressada.
Acendeu um cigarro, esqueceu que havia parado de fumar.
maldita nicotina.
maldita vida.
ela tinha falhado.

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