segunda-feira, 25 de novembro de 2013

...

Gosto de pêssego.
Chuva na janela.
Sempre chuva.
Aquele instante que tem textura de nuvem, e a gente quer ficar nele.
Na eternidade, quanto dura um segundo?
Suspiro.
Uma memória boa que fica.
Aquela saudade.
Mãos coladas.
Um abraço do tamanho do sempre.
Uma saudade que morde, levemente.
Um amor  que nos alcance, colorido, levando para longe o cinza.
Um amor que não seja contado em horas.
Um amor que seja.
Esteja.
Transborde.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Quase 27

Ela gostava do silêncio, porque tudo dentro fazia muito barulho e as vezes ela ficava confusa.

Dentro tinha muita coisa, nenhuma onde devia estar, se é que dá pra arrumar toda coisa do interior da gente.
Mas ela tentava.
Tinha uma cabeça com pensamentos esquisitos, desses embolados, tudo numa coisa só, uma coisa só em tudo e o tudo muitas vezes parecia com coisa nenhuma.
Então era uma cabeça cheia de nada, vazia completa ou com muito nada preenchendo todo espaço.
De dentro.
No barulho, interno.

Gostava de música.
A musica fazia parte do barulho de dentro.
Fazia parte do que agora ela sabia, substância.

Substância que preenchia todos os espaços, do que ela achava estar vazio.
Mas que tinha muita coisa, tudo embolado.
O tudo e o nada.
extremos da gente.

Ela escrevia em terceira pessoa, para falar de coisas dela mas que também não eram.
Um eterno ser, não ser.
de fora, pra dentro do nada.
de dentro, para fora de tudo.




quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Nublado.

E a vida era assim né.
Todos os dias um soco na cara, todos os dias tentando sobrevivência.
Todos os dias tentando.
Um caminho.
Algo que muda-se para sempre a vida.
Tentativas e quedas.
Era preciso levantar, de cabeça erguida, ainda que com o coração aos pedaços.
Viver não era isso?
Eternamente ganhar e perder?

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

...

Sentia seu coração pular, dançar pelo corpo ...
- Que droga está acontecendo comigo? Que inferno!
Aquela coisa invadia tudo. 
Preenchia os espaços, dava borboletas no estomago.
Malditas borboletas ... 
Incontroláveis.
Olhava para o teto do quarto, como se lá houvesse resposta para todas aquelas duvidas idiotas.
Estava totalmente perdida.
Toda as coisas em que acreditava haviam sido bagunçadas ali, diante de seus olhos.
Como consertar uma confusão daquelas?
Vez ou outra olhada pela janela distraindo-se com a chuva.
Fechava os olhos, escutava as gotas caindo.
Prestava atenção, cada gota compondo um trecho de  musica que esfaqueava e ia direto  ao coração.
Que musica linda!
Suspiros ... o coração voltava a dançar.
- Acho que vou morrer! - pensava.
Suspiros.
- O que há de errado comigo PORRA?
Como explicar uma coisa dessas?
Essa ausência que mordia... 
Não havia duvidas ... era mesmo o fim.
Morreria  de SAUDADES.