Não me lembro muito da minha infância...mas
lembro nitidamente de uma amoreira no sitio da minha vó.
Só.
Uma arvorezinha tímida, com poucas frutas e folhas bem verdes.
Uma arvorezinha tímida, com poucas frutas e folhas bem verdes.
Ela aparece de vez em quando nos meus sonhos, e estranhamente é como se eu voltasse a infância.
Um sentimento inexplicável de bem estar e conforto, como se lá fosse meu lar, uma espécie de ventre materno.
Um sentimento inexplicável de bem estar e conforto, como se lá fosse meu lar, uma espécie de ventre materno.
Não sei se ela existe ou é minha mente me pregando uma peça.
Sempre reiventamos nossas histórias e "embonitamos" nossas experiências de vida, e muitas vezes acabamos adotando isso como a verdade, mesmo que tudo não passe de imaginação.
Então pode ser que eu a tenha inventado em um momento estranho e solitário da minha vida, uma muleta temporária para suportar alguma dor.
Mas me parece tão real, que chego a sentir o cheiro das amoras e posso até provar os frutos.
É uma vivência real de algo que possa nunca ter existido (isso não é de facil compreensão, eu sei).
Talvez inocentemente (ou não) eu tenha criado uma outra realidade.
Me negando a aceitar o aqui e agora.
Recriando algo para conseguir escapar do real que causa o medo e a dor que eu odeio sentir.
Um universo paralelo onde ninguem pode me magoar ou me ferir.
Onde eu posso ficar em paz, e descansar meu coração.
Vou para meu lugar secreto de vez em quando...
Do alto da minha amoreira sou dona do mundo, e lá mal nenhum pode me alcançar.
Bjus
4 comentários:
Grazie
Queria eu ter uma amoreira ou um refugio que me libertasse da dor que sinto, que me aperta o peito...se bem que nunca gostei de amoras...rs
Subi no pé de amora pra ver a Zeze passar... como ela não passou desci e fui jogar playstantion!
[tambem sou poeta!]
=D
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